Eficácia de prece. A eficácia da prece resume-se em pedir confiança, coragem, paciência e resignação. Diante de nossa rogativa, a divindade nos concederá os meios de nos livramos das dificuldades.
Ação da prece. A ação da prece se realiza pela transmissão do pensamento, seja quando o ser a quem oramos atende ao nosso apelo, seja quando o nosso pensamento eleva-se a ele.
Preces inteligíveis. Como ligar o pensamento àquilo que não se compreende? É impossível, pois o que não se compreende não pode tocar o coração.
Espíritos sofredores. Os Espíritos sofredores ao verem que são lembrados, sentem-se menos abandonados e menos infelizes. “Mas a prece tem sobre eles uma ação mais direta: reergue-se a coragem, excita-lhes o desejo de se elevarem, pelo arrependimento e a reparação, e pode desviá-los do pensamento do mal”.
Modo de orar. A prece do religioso deve ser feita — com humildade e profundeza — no momento em que o Espírito retoma o jugo da carne. Esta prece deve encerrar o pedido das graças do que realmente necessitamos.
Ventura da prece. Santo Agostinho elabora um trecho poético sobre essa ventura, mostrando-nos que, por meio da prece, nossa alma se encaminha para lugares harmoniosos e felizes. Eis como está posta no livro.
Vinde, todos vós que desejais crer. Acorrem os Espíritos celestes, e vêm anunciar-vos grandes coisas! Deus, meus filhos, abre os seus tesouros, para vos distribuir os seus benefícios. Homens incrédulos! Se soubésseis como a fé beneficia o coração, e leva a alma ao arrependimento e à prece! A prece. Ah! Como são tocantes as palavras que se desprendem dos lábios na hora da prece! Porque a prece é o orvalho divino, que suaviza o excessivo calor das paixões. Filha predileta da fé, leva-nos ao caminho que conduz a Deus. No recolhimento e na solidão, encontrai-vos com Deus; e para vós o mistério se desfaz, porque Ele se revela. Apóstolos do pensamento, a verdadeira vida se abre para vós! Vossa alma se liberta da matéria e se lança pelos mundos infinitos e etéreos, que a pobre Humanidade desconhece.
Marchai, marchai, pelos caminhos da prece, e ouvireis a voz dos Anjos! Que harmonia! Não são mais os ruídos confusos e as vozes gritantes da Terra. São as liras dos Arcanjos, as vozes doces e meigas dos Serafins, mais leves que as brisas da manhã, quando brincam nas ramagens dos vossos arvoredos. Com que alegria então marchais! Vossa linguagem terrena não poderá exprimir jamais essa ventura, que vos impregna por todos os poros, tão viva e refrescante é a fonte em que bebemos através da prece! Doces vozes, inebriantes perfumes, que a alma ouve e aspira, quando se lança, pela prece, a essas esferas desconhecidas e habitadas! São divinas todas as aspirações, quando livres dos desejos carnais. Vós também, como o Cristo, orai, carregando a vossa cruz para o Gólgota, para o vosso Calvário. Levai-a, e sentireis as doces emoções que lhe passavam pela alma, embora carregasse o madeiro infamante. Sim, porque ele ia morrer, mas para viver a vida celestial, na morada do Pai!
Fonte de Consulta
Capítulo XXVII — "Pedi e Obtereis", de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
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