Natal. Do latim natale significa
nascimento. Dia em que se comemora o nascimento de Cristo (25 de dezembro).
O
nascimento de Cristo sempre esteve envolvido em controvérsias. Para uns, seria
1.º de janeiro; para outros, 6 de janeiro, 25 de março e 20 de maio. Pelas
observações dos chineses, o Natal seria em março, que foi quando um cometa, tal
qual a estrela de Belém, reluziu na noite asiática no ano 5 d.C. Como data
festiva, é um arranjo inventado pela Igreja e enriquecida através dos tempos
pela incorporação de hábitos e costumes de várias culturas: a árvore natalina é
contribuição alemã (século VIII); o Papai Noel (vulgo São Nicolau) nasceu na
Turquia (século IV); os cartões de natal surgiram na Inglaterra, em meados do
século XIX. (Estado de São Paulo, p. D3)
O nascimento
de Jesus está relacionado à manjedoura e ao anúncio profético. Coincide com a percepção
de uma nova luz para a humanidade sofredora. Nesse sentido, o Espírito
Emmanuel, em Roteiro, diz-nos que antes de Cristo, a educação
demorava-se em lamentável pobreza, o cativeiro era consagrado por lei, a mulher
aviltada qual alimária, os pais podiam vender os filhos etc. Com Jesus,
entretanto, começa uma era nova para o sentimento. Iluminados pela Divina
influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos semelhantes;
Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados;
instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização
para o espírito popular etc. (Xavier, 1980, cap. 21)
Papai
Noel, símbolo do Natal, é usado pelos comerciantes, a fim de incrementar as
vendas dos seus produtos no final de cada ano. O espírito do natal, segundo a
propaganda, está relacionado com a fartura da mesa, a quantidade de brinquedos
e outros produtos que o consumidor possa ter em seu lar. À semelhança dos
reflexos condicionados, estudados por Pavlov, há repetição, intensidade e clareza dos
estímulos à compra, dando-nos a entender que estamos comemorando o renascimento
de Cristo. Se não prestarmos atenção, cairemos na armadilha do consumismo
exacerbado, dificultando a meditação e a reflexão durante esta data tão especial
para a Humanidade.
O espírito do Natal deve ser
entendido como a revivescência dos ensinos de Cristo em cada uma de nossas
ações. Não há necessidade de esperarmos o ano todo para comemorá-lo. Se em
nosso dia-a-dia estivermos estendendo simpatia para com todos e distribuindo os
excessos de que somos portadores, estaremos aplicando eficazmente a “Boa-Nova”
trazida pelo mestre Jesus. “Não se pode servir a Deus e a Mamon”. A perfeição
moral exige distinção entre espírito e matéria. A riqueza existe para auxiliar
o homem no seu aperfeiçoamento espiritual. Se lhe dermos demasiado valor,
poderemos obscurecer nossa iluminação interior. Útil se torna, assim,
conscientizarmo-nos de que somos usufrutuários e não proprietários dos bens
terrenos.
Um conquistador diferente.
A história está repleta de conquistadores:
Sesóstris, em seu carro triunfal, pisando escravos e vencidos, em nome do Egito
sábio; Nabucodonosor, arrasando Nínive e atacando Jerusalém; Alexandre, à
maneira de privilegiado, passa esmagando cidades e multidões; Napoleão Bonaparte,
atacando os povos vizinhos. A maioria desses homens fizeram as suas conquistas
à custa de punhal e veneno, perseguição e força, usando exército e prisões,
assassínio e tortura.
“Tu, entretanto, perdoando e amando, levantando e curando, modificaste a obra de todos os déspotas e legisladores que procediam do Egito e da Assíria, da Judéia e da Fenícia, da Grécia e de Roma, renovando o mundo inteiro. Não mobilizaste soldados, mas ensinaste a um punhado de homens valorosos a luminosa ciência do sacrifício e do amor. Não argumentaste com os reis e com os filósofos; entretanto, conversaste fraternalmente com algumas crianças e mulheres humildes, semeando a compreensão superior da vida no coração popular”. (Xavier, 1978, cap. 49, p. 261)
Natal espírita. Na noite em que o
mundo cristão festeja a Natividade do Menino Jesus, os espíritas devem se
lembrar de comemorar o nascimento da Doutrina Espírita, entendida como a
terceira revelação, um novo marco no desenvolvimento espiritual da humanidade,
em que todos os problemas, todas as dúvidas, todas as dores serão explicadas à
luz da razão e do bom senso.
Fonte de
Consulta
ESTADO DE SÃO PAULO. 21/12/1996
XAVIER,
F. C. Roteiro, pelo Espírito Emmanuel. 5. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 1980.
XAVIER,
F. C. Pontos e Contos, pelo Espírito Irmão X. 4. ed., Rio de Janeiro:
FEB, 1978.
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