Com o lançamento do filme “Predestinado: Arigó e o Espírito
Dr. Fritz”, a leitura do livro Arigó:
Vida, Mediunidade e Martírio, do professor José Herculano Pires, tornou-se
oportuna, em virtude de o autor ter convivido com o médium, onde pode obter informações valiosas para este livro.
As matérias do livro estão divididas em três partes, a
saber: Parte I — O Impacto Arigó: vida, mediunidade e martírio; Parte II —
Arigó e o Paranormal: benzedura, mitologia, situação social...; Parte III —
Depoimentos Médicos: especialista, professor de cirurgia, indivíduo
metérgico...
Logo no início do livro diz: “É preciso deixar bem claro para
o leitor, seja ele espírita, católico, protestante, livre-pensador,
materialista ou de qualquer outra posição ideológica, que o caso Arigó não é
religioso. Tem, naturalmente, o seu aspecto religioso, mas o seu ponto central,
o seu interesse fundamental é o desafio que ele lança aos meios científicos”.
Um fato importante: José Pedro de Freitas, vulgo Arigó, era
um homem simples, cuja religião era o catolicismo. Somente depois, se tornou
espírita.
No capítulo VIII da terceira parte, intitulado "Balanço do Caso Arigó", registra algumas conclusões daquilo que viu e ouviu, ou seja, ao que pode observar pessoalmente em Congonhas e colher nos depoimentos médicos.
a) Balanço
dos fenômenos
Fazendo
um rápido balanço dos fenômenos relatados pelos médicos que ouvimos, chegamos a
estas conclusões:
1. Arigó
age em estado de transe, pronunciando frases em alemão e falando português com
sotaque alemão. Condição verificada por nós e confirmada por todos os médicos
que ouvimos, embora alguns não possam afirmar que as frases estranhas sejam
exatamente de alemão por não conhecerem suficientemente essa língua.
2. Arigó
age de maneira ríspida, não procurando agradar ninguém, nem mesmo os que
declinam sua qualidade de médico. Não procura clientela e nem mostra desejo de
conservá-la.
3. As
intervenções — tanto as operações quanto os chamados exames à
ponta de faca — são feitas sem anestesia, sem
assepsia, sem qualquer cuidado pré-operatório, sem ação hipnótica, aplicação de
técnica letárgica, de acupuntura, de kuatsu, sem instrumentos ou ambientes
adequados. Os pacientes não acusam dor e se mostram conscientes durante o ato,
respondendo a perguntas.
4. Os
diagnósticos são feitos por meio extrassensorial, inclusive à distância. Aos
pacientes presentes Arigó geralmente pergunta o que sofrem, mas receita
enquanto falam e muitas vezes corrige os doentes. De outras vezes receita para
uma moléstia corriqueira de que o doente se queixa, mas acusa aos familiares e
a outras pessoas a presença de câncer, realmente existente.
5. Os
diagnósticos, as receitas e as operações são efetuados com extrema rapidez. O
médico Ary Lex cronometrou a extração de um quisto sinovial realizado em trinta
segundos. Verificamos pessoalmente no trabalho de consultas a média de uma
receita por minuto.
6. Arigó
deixa a faca ou o bisturi pendurado nos olhos do paciente, depois de enfiá-los
entre o globo ocular e a pálpebra, na direção da arcada superciliar. Move a
faca ou o bisturi na região ocular sem o menor cuidado, com violência, voltando
o rosto para outro lado e sem provocar ferimentos. Produz com a faca a
protrusão do globo ocular. Na presença do médico Elias Boainain deixou o
bisturi e a faca pendurados, ao mesmo tempo, num único olho do paciente.
7. Arigó
produz a hemostasia e a coagulação do sangue por meio de ordens verbais ou
simples aplicação de pequenas mechas de algodão. Na presença da médica Maria de
Lourdes Pedroso fez o sangue parar na curva do maxilar do paciente, no momento
exato em que devia escorrer pelo pescoço.
8. Arigó
identifica pessoas entre o povo, inclusive médicos que pretendiam observar
anonimamente os fenômenos, como ocorreu com a médica psiquiatra referida no
item acima.
9. Arigó
limpa a faca ou o bisturi nas mãos dos circunstantes ou em suas roupas e depõe
nas suas mãos as peças anatômicas extraídas. Na presença da psiquiatra acima
referida limpou o bisturi na blusa de uma moça e a blusa não ficou suja, embora
o bisturi ficasse limpo.
10.
Arigó produziu na presença do médico José Hortêncio de Medeiros Sobrinho a
cicatrização imediata de uma incisão para extração de quisto sinovial, deixando
no lugar "apenas uma leve cicatriz."
Todos esses
fenômenos são de natureza evidentemente paranormal, testemunhados pelos médicos
e por milhares de pessoas de todos os graus de cultura que têm ido à procura do
sensitivo. Outros fenômenos, como o aparecimento de líquidos em mechas de
algodão, nas mãos de Arigó ou de pessoas que o ajudam, inclusive médicos, e o
movimento de instrumentos cirúrgicos sem contato do médium, são relatados por
centenas de pessoas.
b) Balanço
das operações
As
operações relatadas pelos médicos que depuseram nesta série foram as seguintes:
1.
Pterígio, nos depoimentos do oftamologista e cirurgião ocular Sérgio Valle, que
citou como testemunha o seu colega Peri Alves Campos; do especialista em
cirurgia geral, Ary Lex; da psiquiatra Maria de Lourdes Pedroso.
2.
Catarata, no depoimento do cardiologista José Hortêncio de Medeiros Sobrinho,
que mencionou uma técnica de raspagem. O médico Ladeira Marques, do Rio, na
citação que fizemos, refere-se à extração do cristalino. Essa contradição
aparece em numerosos relatos, parecendo que Arigó emprega duas técnicas
diferentes, em ocasiões diversas. Ouvimos de uma jovem oculista a acusação de
que Arigó usa uma técnica de raspagem, empurrando o cristalino de maneira
perigosa, para dentro da órbita, segundo um velho processo chinês. Este é um
caso curioso a ser esclarecido.
3.
Sinusite, com perfuração do assoalho do seio frontal, no depoimento da
psiquiatra Maria de Lourdes Pedroso, confirmando um dos episódios do relato de
nossas observações pessoais.
4.
Quisto sinovial, drenagem sem fechamento do corte, no depoimento do cirurgião
Ary Lex; extração, com fechamento e cicatrização paranormal imediata no
depoimento do médico Hortêncio de Medeiros Sobrinho.
5.
Lipoma, duas extrações no depoimento do cirurgião Ary Lex, que cronometrou uma
delas, verificando que foi realizada em apenas trinta segundos.
6. Fundo
de olho, com protrusão ocular restabelecendo a visão de um cego desde a
infância, no depoimento do médico Hortêncio de Medeiros, que não pode precisar
a natureza exata dessa intervenção. Também o médico Ladeira Marques, do Rio,
refere-se a uma operação semelhante.
7.
Surdez, com introdução de uma pinça envolta em algodão nos ouvidos do paciente,
sem extração de cera ou de qualquer outro elemento. O algodão saiu apenas manchado
de serosidade amarelada, e o paciente ficou ouvindo. Depoimento do médico
Hortêncio de Medeiros Sobrinho.
c) Casos de
cura
Os casos
de cura relatados pelos depoimentos médicos desta série são os seguintes:
1.
Câncer, cura radical por receituário de uma paciente de 28 anos, casada, no
depoimento do médico Hortêncio de Medeiros Sobrinho. Caso comprovado com exames
e operações anteriores, exames e operações posteriores. Cura radical, numa
paciente de 30 anos, casada, no depoimento do médico Oswaldo Lidger Conrado.
Caso comprovado, como o anterior, mas não por operação posterior. Devemos
juntar a este item o importante caso de remissão do processo canceroso num
paciente médico, de 72 anos de idade, relatado pelo médico Oswaldo Conrado, e o
caso de cura radical de câncer da laringe que serviu de ilustração a um de
nossos artigos no Diário de S. Paulo, relatado pelo
próprio paciente, o cirurgião-dentista Otto Teixeira de Abreu, consultório à
rua Riachuelo, nesta capital. Caso comprovado anteriormente por quinze
radiografias, uma laringoscopia e uma biopse.
2. Cura
à distância (Arigó em Congonhas e o paciente em Salvador, na Bahia) de um caso
de uremia em estado de coma, no depoimento do médico Oswaldo Conrado. Esse caso
envolve também o fenômeno de precognição ou premonição, tendo o sensitivo
anunciado a vinda futura do doente a São Paulo, que se confirmou.
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