O nosso problema de cada dia!

Dando segmento ao assunto, o nosso companheiro Marcelo Stanczyk nos encaminha mais um artigo, baseado e em referências ao livro "Reforma Íntima Sem Martírio", de Ermance Dufaux, psicografia de Wanderley S. de Oliveira. Sugerimos a (re)leitura do artigo anterior sob o título "A Responsabilidade por nossas vidas", publicado logo abaixo. Lembramos que o Centro Espírita Ismael mantém um grupo de estudos e debates, com o nome de GRUPO DE ESTUDO PARA HARMONIA ÍNTIMA.  Esse grupo debate a Reforma Íntima com reuniões às 4as. feiras, das 19h30 às 21h00.  O livro base em estudo é justamente o que tem referências neste artigo. 
A NOSSA TÃO GRANDE DIFICULDADE DE COMPREENDER NOSSOS PROBLEMAS – por Marcelo Stanczyk (*) -  A terceira e última questão que dedici abordar após a leitura da primeira lição (Consciência de Si), do Livro REFORMA ÍNTIMA SEM MARTÍRIO, de Ermance Dufaux, psicografia de Wanderley S. de Oliveira, diz respeito a nossa dificuldade de compreender nossos problemas. E daí vertemos essa questão para duas grandes fileiras:

A primeira para o fato de que existem muitas questões que tratamos muitas e muitas vezes mas nunca conseguimos de fato compreender profundamente elas e apender com tais situações, e não sabemos o que fazer... E muitas vezes num primeiro momento nos desesperamos, e num segundo instante nos sentimos impotentes. Nossa vida se transforma em um caos porque não conseguimos nos reajustar com aquele determinado problema. E também desequilibramos a vida de quem está a nossa volta. Nada de solução! Ao longo do tempo, porém, conscientizamo-nos de nossa impotência para solucioná-lo, acabamos o entregando para um segundo, terceiro ou quarto plano, e o arquivamos dentro de nós, insolúvel e mal resolvido. Se transforma num recalque e numa lei de vida individual que enlameia muitas outras situações novas que surgem. são as decepções contagiosas, especialmente com outras pessoas, principal fator que está fora de nosso controle.

A segunda, um tanto diferente da primeira, são situações que já encontramos soluções. E não apenas uma, e nem sequer duas... foram inúmeras soluções, mas nenhuma delas realmente se encaixou perfeitamente no problema. Nenhuma delas saneou a situação e afastou de nós a insegurança. As tentativas nos deixaram ansioso por diversas vezes e a cada passo dado que não deu solução, a frustração foi se tornando mais e mais forte e o problema solapador dentro de nós. Sem descobrir as causas do insucesso, marchamos desiludidos de nós mesmos.

Ambas as formas como acontecem as coisas, se não forem bem processadas por nós causam tremendo mal estar e tragédias internas sem proporções, mexem com nossa auto estima e a gente nem se dá conta do porquê de tanto fracasso.

Pois é isso que eu penso em agora buscar.

Por que tanto fracasso? ou melhor, será que fracassamos tanto assim?

Primeiro que eu acho que não fracassemos tanto assim. Creio, na verdade, que nós damos muito maior atenção aos fracassos em nossas vidas do que nos sucessos. E isso é até óbvio. O sucesso acaba tendo um curto período de comemoração, visto que após uma conquista, naturalmente planejamos uma nova conquista.

Já com o fracasso é bem diferente. Se ele vem habitar nossos dias, ele interrompe esse ciclo, impedindo que nós nos lançemos, ao menos imediatamente para novos horizontes... para novos desafios. Ele fica nos rondando o tempo todo.

Ainda quando a gente acaba deixando ele de lado, no segundo momento que já mencionei, esse fracasso acaba se tornando uma "lei de destruição" aos nossos objetivos, posto que todas as vezes que formos avaliar um novo projeto, a situação retorna consciente ou não para "pesar" negativamente sobre a decisão. A tendência natural e termos menos empreendimentos com medo de "não termos sucessos". É o medo de errar, que nos impulsiona para a inércia.

Infelizmente não existe um equilibrio entre o sucesso e o fracasso quando estamos analisando novos empreendimentos. Bom seria que a gente sempre analisasse assim, consegui isso e aquilo, e deixei de colseguir aquilo outro, e dentro desses parâmetros perceber que, muitas vezes, nosso "placar" de aspectos positivos está muito mais alto que o de aspectos negativos.

Seria, pelo menos, algo mais justo em favor de nossas decisões.

Mas encontramos uma possível causa de nosso medo de tentar novamente. Agora precisamos encontrar uma situação que neutralize essa causa. Claro que o fracaso, em si, não teremos como neutralizar jamais, posto que é um aspecto da vida e faz parte do ser humano decidindo, acertar ou errar em suas decisões. E como sempre digo, acertar e errar faz parte do "jogo da evolução".

Talvez uma primeira forma de neutralizar essa visão derrotista seja eliminar a ansiedade de forma a analisarmos sempre o que devemos decidir com calma e muita prudência. Quanto mais calma e propriedade tivermos dos detalhes da situação que devemos resolver, mais informações temos par resolver o caso.

Pode ser que precisemos não só eliminar essa ansiedade, mas compreender a vida como um processo. E que uma solução depende de outras menores, ou anteriores. E que enquanto não criarmos o alicerce para a solução de determinado problema de volto, nada será possível.

É uma crise mesmo de compreensão do tamanho do problema. O que é comum, e nem se constitui em falha moral, mas simples limitação de nossa capacidade de inteligência lógica. Algo que podemos, no futuro, corrigir.

Outro tempero importante nessa decisão é sermos honestos conosco mesmos. Há muitas situações que vão exigir esforços que nem sempre estamos dispostos a realizar. E, se não estamos dispostos a isso, nada podemos reclamar. Se o remédio para uma doença exige algo que não queremos fazer, nada podemos reclamar do remédio, é óbvio! Precisamos sim é criar vergonha na cara e assumir isso. e parar ai o esforço de resolver a questão que será insolúvel.

Existem certos esforços que embora tenhamos plenas condições físicas de realizar, moralmente ou não conseguimos fazer ou não temos coragem de realizar. Ora, não podemos esquecer que nossa felicidade depende de nós exclusivamente (dentro de um paradigma que tras de "dentro para fora" a solução dos problemas que advém em nossa vida), e que não existe um remédio que  ofereça solução para todos os males vindo de "fora para dentro", posto que cada qual de nós é uma pessoa individual (e por isso chamada individualidade) e os remédios que tratam de "fora para dentro" tratam a todos de forma genérica e não individualizada.

Seria tentar encaixar o cubo em um furo (redondo).

A honestidade/fidelidade é algo que vem de dentro de nós para conosco mesmo.Só depois ela se irradia para as outras pessoas. Não existe honestidade e nem fidelidade que exista para as pessoas fora de nós, sem que antes ela não tenha se manifestado para nós antes mesmo de surgir para o outro.

Deus criou o Espírito para a evolução, e isso é muito claro na Doutrina Espírita.

E para a evolução somos compelidos a passamos por diversas situações tão comumente conhecidas por provas, e se sucumbirmos a elas, nada mais justo que nós nos reavaliemos em expiações. É um mecanismo criado para nosso próprio benefício, posto que independemos de outrém nos dar ou não algo que podemos conquistar com nossos esforços puros.

Se há algo que nos incomoda muito. Justo que busquemos a solução. Mas se realmente nos incomoda muito, por que acreditar que não sejamos nós a resolvê-lo? Por que achar que não teremos que abrir mão de algo em favor de nossa felicidade? Algo que até, muitas vezes, seja uma das causas pelo atual status de infelicidade. É algo que precisa ser refletido com profundidade.

Creio até que essa seja a verdadeira causa pelo qual nós tratemos muitas vezes de determinado problema mas nunca consigamos de fato solucioná-lo. Porque não nos dispomos a nos despir de tudo que é necessário para a solução. Não largamos o velho para a entrada do novo. E esse erro infelizmente nos consome tempo e muitos esforços. Porque nós ofertamos outras coisas em troca do que seria necessário, mas que não servem, de fato ao intento. É pura perda.

Nós podemos tentar, mas nem sempre vamos conseguir enganar a nós mesmo, mas ainda que nós consigamos enganar a nós mesmos, não significa que consigamos enganar aos outros e a todo o universo. As Leis Divinas são milimetricas, aliás, na ciência atual, podemos dizer que são nanométricas, e não poderemos nos furtar a correção daquilo que não estiver em perfeito equilibrio, queiramos ou não isso.

Essa honestidade/fidelidade passa a ser então uma ferramenta importante a medir o quanto nós realmente nos entregamos a nossa capacidade de resolver nossos problemas.

A espiritualidade comenta em diversos livros a respeito das condutas das pessoas, que dizem sofrer determinado mal, compreendem bem qual a solução que lhe é exigida para dar cabo ao problema, mas que não mergulham na decisão banhando-se de corpo e alma em seus benefícios. Os auxilios do mais alto sempre nos acompanham, posto que a bondade divina é um manancial sem fim de amor e de bençãos a jorrar em orvalho abundante sobre todos nós, dos quais muitas vezes nós mesmos, qual pessoas com medo de nos molharmos  vestimos capas e guarda-chuva repelindo até as menores gotas.

Essa nossa infantilidade é que demonstra qual o nosso grau evolutivo (muitas vezes acompanhada da vaidade de que somos alguém dentro de uma igreja ou instituição espiritista, e merecedores de um acompanhamento especial deste ou daquele espírito benfeitor), a exigir reparo imediato de rumo, sob pena de nós permanecermos presos como árvores frondosas ao local onde estacionamos, enraizados em erros dos quais não encontramos saída. A observar sempre os mesmos erros passando por nós e sem encontrar soluções.


(*) Marcelo Stanczyk - Instrutor, Expositor e Pesquisador Espírita. Diretor-Adjunto de Pesquisas do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro (CCDPE-ECM) Membro moderador da Liga de Pesquisadores do Espiritismo (LIHPE) Coordenador das Palestras Doutrinárias do Depto de Ensino Doutrinário do C.E.Ismael
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