Jesus e o Jugo Romano



O ambiente em que Jesus viveu foi marcado pelo domínio romano sobre a Palestina. Esse jugo político e econômico pesava duramente sobre a Palestina [Judeia, Galileia, Samaria etc.] muito mais do que em relação a outros povos. Os judeus viam na ocupação estrangeira não apenas uma opressão material, mas também um dano espiritual, já que a nação escolhida por Deus estava submetida a um império pagão.

O jugo romano na Palestina incluía: a) Tributos expressivos:  a carga tributária era considerada pesada e injusta; b) Conquista: em 63 a.C., a região da Judeia foi incorporada ao Império Romano; c) Administração: Roma mantinha governadores, soldados, e cobradores de impostos (publicanos); c) Tensões religiosas e políticas: Para os judeus, o domínio romano era um sinal de opressão e até humilhação, já que sua esperança messiânica era a restauração do Reino de Israel.

Nesse cenário, surgiram diferentes posturas: os zelotes defendiam a resistência armada, os fariseus buscavam preservar a identidade religiosa, os saduceus preferiam a conciliação com Roma e os essênios retiravam-se da vida pública. Cada grupo expressava, à sua maneira, uma tentativa de responder à tensão entre a fé judaica e o poder imperial.

Jesus, em vez de se alinhar às correntes que pregavam a violência ou a submissão, elaborou uma dimensão mais profunda da liberdade. Na frase lapidar “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, revelou não apenas prudência política, mas sobretudo a distinção entre a autoridade temporal e a soberania divina. Para Jesus, a verdadeira libertação não consistia em expulsar os romanos, mas em transformar o coração humano e instaurar o Reino de Deus, um reino de justiça, paz e amor que ultrapassa qualquer fronteira política.

Jesus não ignorou o jugo romano. Inspirou-se na revolução espiritual que desarmava o ódio e denunciava a idolatria do poder. Essa postura, ao mesmo tempo submissa e libertadora, demonstrou que a liberdade plena não depende de circunstâncias externas, mas de uma fidelidade incondicional a Deus. Por isso, a mensagem de Jesus permanece atual, recordando que nenhuma opressão política pode sufocar a dignidade e a esperança daqueles que se abrem ao Reino.

 

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