Pedi e Obtereis


O capítulo 27 — “Pedi e obtereis”, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, trata dos seguintes tópicos: Condições da Prece — Eficácia da Prece — Ação da Prece. Transmissão do Pensamento — Preces Inteligíveis — Da Prece pelos Mortos e pelos Espíritos Sofredores — Instruções dos Espíritos: — Modo de Orar — Ventura da Prece.

Condições da prece. Quando orarmos não devemos nos colocar em evidência. O correto é orarmos sem fingimento e sem muitas palavras, mas pela sinceridade delas. “Antes de orar, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-a, porque a prece não poderia ser agradável a Deus, se não partisse de um coração purificado de todo sentimento contrário à caridade”.

Eficácia de prece. A eficácia da prece resume-se em pedir confiança, coragem, paciência e resignação. Diante de nossa rogativa, a divindade nos concederá os meios de nos livramos das dificuldades.

Ação da prece. A ação da prece se realiza pela transmissão do pensamento, seja quando o ser a quem oramos atende ao nosso apelo, seja quando o nosso pensamento eleva-se a ele.

Preces inteligíveis. Como ligar o pensamento àquilo que não se compreende? É impossível, pois o que não se compreende não pode tocar o coração.

Espíritos sofredores. Os Espíritos sofredores ao verem que são lembrados, sentem-se menos abandonados e menos infelizes. “Mas a prece tem sobre eles uma ação mais direta: reergue-se a coragem, excita-lhes o desejo de se elevarem, pelo arrependimento e a reparação, e pode desviá-los do pensamento do mal”.

Modo de orar. A prece do religioso deve ser feita — com humildade e profundeza — no momento em que o Espírito retoma o jugo da carne. Esta prece deve encerrar o pedido das graças do que realmente necessitamos.

Ventura da prece. Santo Agostinho elabora um trecho poético sobre essa ventura, mostrando-nos que, por meio da prece, nossa alma se encaminha para lugares harmoniosos e felizes.  Eis como está posta no livro.

Vinde, todos vós que desejais crer. Acorrem os Espíritos celestes, e vêm anunciar-vos grandes coisas! Deus, meus filhos, abre os seus tesouros, para vos distribuir os seus benefícios. Homens incrédulos! Se soubésseis como a fé beneficia o coração, e leva a alma ao arrependimento e à prece! A prece. Ah! Como são tocantes as palavras que se desprendem dos lábios na hora da prece! Porque a prece é o orvalho divino, que suaviza o excessivo calor das paixões. Filha predileta da fé, leva-nos ao caminho que conduz a Deus. No recolhimento e na solidão, encontrai-vos com Deus; e para vós o mistério se desfaz, porque Ele se revela. Apóstolos do pensamento, a verdadeira vida se abre para vós! Vossa alma se liberta da matéria e se lança pelos mundos infinitos e etéreos, que a pobre Humanidade desconhece.

Marchai, marchai, pelos caminhos da prece, e ouvireis a voz dos Anjos! Que harmonia! Não são mais os ruídos confusos e as vozes gritantes da Terra. São as liras dos Arcanjos, as vozes doces e meigas dos Serafins, mais leves que as brisas da manhã, quando brincam nas ramagens dos vossos arvoredos. Com que alegria então marchais! Vossa linguagem terrena não poderá exprimir jamais essa ventura, que vos impregna por todos os poros, tão viva e refrescante é a fonte em que bebemos através da prece! Doces vozes, inebriantes perfumes, que a alma ouve e aspira, quando se lança, pela prece, a essas esferas desconhecidas e habitadas! São divinas todas as aspirações, quando livres dos desejos carnais. Vós também, como o Cristo, orai, carregando a vossa cruz para o Gólgota, para o vosso Calvário. Levai-a, e sentireis as doces emoções que lhe passavam pela alma, embora carregasse o madeiro infamante. Sim, porque ele ia morrer, mas para viver a vida celestial, na morada do Pai!

Fonte de Consulta

Capítulo XXVII — "Pedi e Obtereis", de O Evangelho Segundo o Espiritismo.


Na Senda Escabrosa


“Nunca te deixarei, nem te desampararei.” — Paulo. (Hebreus, 13:5.)

Senda. Do latim semita, -ae, significa caminho estreito, estrada, modo de vida ou conduta. Em escolas de religião ou filosofia esotérica, um suposto percurso de progresso espiritual. Escabroso. Do latim scabrosus, significa rugoso, áspero, sujo.

Jesus Cristo deve ser o centro de nossas atenções. Ele é o governador espiritual do Planeta Terra. Nesse sentido, todos os outros Espíritos de luz devem obediência a ele. Sua relação com Deus pode ser verificada: “Jesus sempre esteve com Deus. E Deus, por sua vez, sempre esteve com Jesus. A vontade de um sempre foi a do outro"; "São um pelo pensamento — uma vez que tudo quanto o Cristo realizava e realiza ainda é sob a inspiração direta de Deus".

Os ensinamentos de Jesus podem ser encontradas nas suas parábolas, nas bem-aventuranças e nas lições que se reportam ao Reino dos Céus. Eis algumas lembranças: Quem estiver sem pecado que atire a primeira pedra; quem se elevar será rebaixado; a fé transporta montanhas, tua fé te salvou, só será livre aquele que não mais pecar, aquele que não prejudicar o seu próximo, enfim aquele que praticar a lei de Deus.

Corpo e mente. A relação que podemos estabelecer entre mente e corpo é muito simples: na mente, temos os processos e atividades que, na sua maioria, são de caráter cognitivo; no corpo, as condições, os meios para ela se expressar, principalmente através do cérebro. Cuidar bem do cérebro ajuda enormemente a manifestação de nossa mente.

O Espírito Emmanuel, nessa passagem, diz-nos que a palavra do Senhor não se reporta somente à sustentação da vida física. Elucida-nos que muito mais de pão do corpo, necessitamos do pão do espírito. O corpo sofre fome e reclama o alimento restaurador, mas as necessidades e desejos da alma provocam, por vezes, aflições desmedidas, exigindo mais ampla alimentação espiritual.

Prossegue instruindo-nos que há momentos de profunda exaustão em nossas reservas mais íntimas. As energias parecem esgotadas; as esperanças se retraem, ocasionando sombras espessas dentro de nós. As inquietações sofridas provocam o nevoeiro velado. O Todo-Misericordioso, contudo, ainda aí, não nos deixa completamente relegados à treva de nossas indecisões e desapontamentos.

A promessa da Divina Bondade resume-se: “Nunca te deixarei, nem te desampararei”. Nem solidão, nem abandono. Os Espíritos de luz, os nossos protetores individuais, denominados anjos da guarda, embora muitas vezes ocultos, sem o som das trombetas, estão nos assessorando com a suas vibrações, as suas inspirações e seus avisos salutares.

O que se nos pede é a manutenção de nossa tranquilidade, como um relógio durante a tempestade.

Fonte de Consulta

XAVIER, F. C. Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, Capítulo 41.

 


Animismo: Roteiro de Aula

 



DEFINIÇÃO DE ANIMISMO: a palavra animismo tem sido usada com vários significados. Uma delas, para designar a crença primitiva de que todas as coisas naturais são animadas por Espíritos, numa concepção que é produto evolutivo das crenças tribais — as totêmicas. Um outro significado está ligado ao conceito filosófico de vida... As concepções que sustentam a existência da alma (as espiritualistas), podem ser divididas em dois grandes grupos: o animismo, no qual a alma é tida como responsável por tudo que caracteriza a vida, o pensamento e os fenômenos vitais no homem; e o Vitalismo, no qual os fenômenos vitais são considerados regidos por um princípio, o princípio vital.

O ANIMISMO, SEGUNDO BOZZANO: as faculdades supra normais subconscientes independem da lei de evolução biológica, isto é, não podem ser frutos da evolução. Toma a palavra animismo no mesmo sentido de Aksakof, ou seja, fenômenos produzidos fora dos limites da esfera corpórea do médium (1).

O ANIMISMO, SEGUNDO O ESPIRITISMO: Kardec não utiliza o termo animismo. Contudo, um estudo apurado do capítulo 19 do Livro dos Médiuns esclarece-nos o assunto: nas comunicações... o Espírito do médium é interprete e exerce influência sobre as comunicações que deve transmitir. Nunca é completamente passivo. É passivo quando não mistura suas próprias ideias à do Espírito estranho, porém, jamais é absolutamente nulo, seu concurso é sempre necessário como intermediário, mesmo nos que vocês chamam de médiuns mecânicos (2).

SEMELHANÇAS DAS CRIATURAS: somos necessariamente impelidos a perceber que se os vivos da terra e os vivos do além respirassem climas evolutivos fundamentalmente diversos, a comunicação entre eles resultaria de todo impossível, pela impraticabilidade do ajuste mental (3).

ANIMISMO E HIPNOSE: imaginemos que um sensitivo a quem o magnetizador intencionalmente fizesse recuar ao passado pela regressão de memória e o deixasse nessa posição durante semanas, meses, ou anos a fio, e teremos exata compreensão dos casos mediúnicos em que a tese do animismo é chamada para a explicação necessária. O “sujet” nessa experiência, declarar-se-ia como sendo a personalidade invocada pelo hipnotizador, entrando em conflito com a realidade objetiva, mas não deixaria, por isso de ser ele mesmo sob o controle da ideia que o domina (3).

O PROBLEMA DA MISTIFICAÇÃO: entre os meios que os Espíritos empregam os mais frequentes, relacionam-se com a cupidez, como a revelação de pretensos tesouros ocultos, o aviso de heranças ou outras fontes de fortuna. Nunca se deve deixar deslumbrar pelos nomes que tomam os Espíritos para darem uma aparência de verdade a suas palavras (2).

PERGUNTAS

1) O que é animismo?

2) O que é animismo segundo o Espiritismo?

3) No que o animismo se diferencia da mistificação?

4) O médium é completamente passivo? Explique.

BIBLIOGRAFIA

(1) BOZZANO, E. Animismo ou Espiritismo.

(2) KARDEC, A. O Livro dos Médiuns, cap. XIX e XXVII.

(3) LUIZ, A. Mecanismos da Mediunidade, cap. XXIII.

Confraternização de Fim de Ano 2024

 


A Diretoria do Centro Espírita Ismael convida a todos para mais uma confraternização entre os seus colaboradores e frequentadores. 

Será no dia 1.º de Dezembro, em nossa sede social, das 10 às 12h. 

Haverá sorteio de brindes, café da manhã e música. 

A sua presença é muito importante para nós. 

Palestra A2 (Dezembro de 2024)



TEMAS E ORADORES PARA O MÊS

DE DEZEMBRO DE 2024


TEMA: "O bom Samaritano" — Cap. XV, itens 1 a 3 do E.S.E.


02/12/24 — 2.ª Feira — 20h — Aguinaldo Gabarrão
04/12/24 — 4.ª Feira — 20h — Lucas Brandão
06/12/24 — 6.ª Feira — 15h — Fatima Tavares

TEMA: "Parábola do semeador" — Cap. XVII, itens 5 e 6 do E.S.E.

09/12/24 — 2.ª Feira — 20h — Ângela Zapata
11/12/24 — 4.ª Feira — 20h — Margarete Gonçalves Abe
13/12/24 — 6.ª Feira — 15h — Maria Zila de Oliveira

TEMA: Natal — Fonte Viva, Lição 180

16/12/24 — 2.ª Feira — 20h — José Roberto Godoy
18/12/24 — 4.ª Feira — 20h — Sonia Santos
20/12/24 — 6.ª Feira — 15h — Valdirene Caponi

TEMA: "Ajuda-te, e o Céu te ajudará" — Cap. XXV, item 1 do E.S.E.

23/12/24 — 2.ª Feira — 20h — CENTRO ESTARÁ FECHADO
25/12/24 — 4.ª Feira — 20h — CENTRO ESTARÁ FECHADO
27/12/24 — 6.ª Feira — 15h — Sérgio Biagi Gregório

TEMA: "A Caridade segundo São Paulo"— Cap. XV, itens 6 e 7 do E.S.E.

30/12/24 — 2.ª Feira — 20h — CENTRO ESTARÁ FECHADO
01/01/25 — 4.ª Feira — 20h — CENTRO ESTARÁ FECHADO
03/01/25 — 6.ª Feira — 15h — Sonia Galindo

Cursos do Centro Espírita Ismael em 2025 (Gratuitos)



A) PARA INICIANTES

1) CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO (1.º Ano do Curso de Educação Mediúnica), com duração de 4 anos

2.ª feira — 20h     — Início — 17/02/2025
6.ª feira — 14h30 — Início — 14/02/2025
Sábado — 10h     — Início — 15/02/2025

Requisito: ter no mínimo 18 anos ou completá-lo no primeiro semestre de 2025.

2) O QUE É O ESPIRITISMO (2.º semestre) (duração de 1 semestre)

4.ª feira — 20h — Início — 07/08/2025

Requisito: livre

B) FORMAÇÃO DE COLABORADORES

1) CURSO DE HABILITAÇÃO DE TRABALHADORES PARA AS ASSISTÊNCIAS ESPIRITUAIS (duração de 1 ano)

4.ª feira — 20h — Início — 12/03/2025

Requisito: estar pelo menos 4.º ano do C.E.M.

2) CURSO DE ENTREVISTADOR ESPÍRITA(duração de 1 ano )

4.ª feira — 20h — Início — 12/03/2025

Requisito: ter concluído o C.E.M., o Curso de Passe e ser trabalhador da Casa

3) CURSO DE COLÉGIO DE MÉDIUNS (2.º SEMESTRE) (duração de 1 semestre)

4.ª feira — 20h — Início — 06/08/2025

Requisito: ter concluído o C.E.M. e o Curso de Passe

C) DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO

1) CURSO DE APRIMORAMENTO MEDIÚNICO (duração de 1 ano)

5.ª feira — 20h — Início — 20/02/2025

Requisito: ter concluído o 4º ano do C.E.M (salvo orientação dirigente)

2) CURSO DE APRIMORAMENTO DE PINTURA MEDIÚNICA (duração de 1 ano)

Sábado — 10h — Início — 15/02/2025

Requisito: ter concluído o 4º ano do C.E.M e 1º ano do curso de Aprimoramento Mediúnico.

C.E.M. (Curso de Educação Mediúnica [4 anos])

AOS ALUNOS DE OUTROS CENTOS ESPÍRITAS: Trazer carta/currículo devidamente carimbada e assinada pela direção da Casa, com as informações sobre os cursos concluídos e os referidos anos.


O Fenômeno Espírita, de Gabriel Delanne

 


“Não digo que isso seja possível; afirmo que isso é uma verdade.” (William Crookes)

“Evitar o fenômeno espírita, deixar de prestar-lhe a atenção a que ele tem direito, é faltar com o que se deve à verdade.” (Victor Hugo)

François-Marie-Gabriel Delanne (1857-1926) foi cientista, engenheiro, filósofo e espírita, e recebeu o título “Apóstolo do Espiritismo”. Fundador, juntamente com seu pai, da União Espírita Francesa, em 24/12/1882; colaborador e redator da revista bimensal Le Spiritism, em março de 1883; auxiliou na fundação da Federação Francesa-Belgo-Latina, em 1883.

O livro Fenômeno Espírita, de autoria de Gabriel Delanne, foi publicado em 1893. Embora os conhecimentos científicos ali expostos tenham sofrido transformação e progresso ao longo do tempo, os conceitos espíritas, porém, continuam válidos ainda nos dias que correm. O Fenômeno Espírita trata do testemunho dos sábios, do estudo histórico, da exposição metódica de todos os fenômenos, da discussão das hipóteses, dos conselhos aos médiuns e da teoria filosófica.

Na Antiguidade, lembra-nos que os Vedas afirmam a existência de Espíritos, que Saul consulta a pitonisa de Endor e, por seu intermédio, comunica-se com Samuel, e que em todos os tempos houve a evocação dos mortos. Nos tempos modernos, cita o fenômeno de Hydesville, nos Estados Unidos; o convencimento do Sr. Wallace, vencido pela evidência, na Inglaterra; os fenômenos das mesas girantes,  na França. Conclui que esse destemor ao Espiritismo alastra-se para o mundo todo.

Gabriel Delanne não se esquece dos estudos sobre os médiuns escreventes, a incorporação ou encarnação, a vidência, a audição, a escrita direta ou psicografia, entre outros. Além disso, escreve também sobre Espiritismo transcendental, recorrendo às materializações, à desagregação da matéria, às experiências de Zöllner, de Wallace, às aparições luminosas e à fotografia espírita. Dá, em seguida, alguns conselhos aos médiuns e aos experimentadores: Recolhimento, homogeneidade de pensamentos, regularidade, paciência, circunspeção em relação aos Espíritos que se manifestam e desconfiança com relação aos grandes nomes.

As grandes vozes de Crookes, Wallace e Zöllner dão-nos a convicção de que a alma é imortal e que ela não só não morre como pode se manifestar aos humanos. Acrescenta-se que todo efeito tem uma causa e todo efeito inteligente faz supor uma causa inteligente.

Abaixo vão duas notas do livro. Há muitas outras que poderiam ser vistas numa leitura mais atenta desta obra. 

Notas do Livro

Medição da Força Psíquica, por Robert Hare

“Transcrevamos agora o que Eugène Nus colheu da obra de Robert Hare, professor na Universidade de Pensilvânia, a respeito das experiências deste.

Ele tomou esferas de cobre; colocou-as numa placa de zinco, fez que os médiuns pusessem as mãos sobre as esferas, e, com grande espanto seu, a mesa moveu-se. O intuito de tal processo era evitar a aderência das mãos e os famosos movimentos nascentes e inconscientes, segundo as teorias de Faraday, Chevreul e Babinet.

Ensaiou outro processo: A longa extremidade de uma prancha foi presa a uma balança de espiral, com um indicador fixo para marcar o peso. A mão do médium foi colocada sobre a outra extremidade da prancha, de modo que, qualquer pressão que houvesse, não pudesse ser exercida para baixo; mas, pelo contrário, produzisse efeito oposto, isto é, suspendesse a outra extremidade. Com grande surpresa sua, esta extremidade desceu aumentando assim o peso de algumas libras na balança”. (Página 66)

A Prancheta Clarividente

"Uma senhora escrevia automaticamente, por meio da prancheta. Tentei descobrir o meio de provar que o que ela escrevia era devido à ação inconsciente do cérebro. A prancheta, pelo mesmo processo, afirmou que, embora fosse posta em movimento pela mão e pelo braço dessa senhora, a inteligência que a dirigia era a de um ser invisível que tocava no cérebro da senhora como num instrumento de música, fazendo, assim, mover seus músculos.

Eu disse, então, a essa inteligência: — Vedes o que existe neste aposento? — Sim. — escreveu a prancheta. — Vedes este jornal e podeis lê-lo? — acrescentei eu, pondo o meu dedo no número do Times, que estava numa mesa por trás de mim, mas sem olhá-lo. — Sim! — respondeu a prancheta. — Bom — disse eu —, se podeis vê-lo, escrevei a palavra que está neste momento coberta pelo meu dedo, e eu crerei em vós. A prancheta começou a mover-se lentamente, e com muita dificuldade escreveu a palavra honour. Voltei-me e vi que a palavra honour estava coberta pela extremidade de meu dedo.

Quando fiz essa experiência, evitei olhar o jornal, e era impossível à senhora, embora o tentasse, ver uma única das palavras impressas, porque ela estava sentada em uma mesa, o jornal estava em outra mesa por trás de mim e o meu corpo ocultava-lhe a vista". (Página 84)

Joana d’Arc

Baseando-nos no livro Joana d’Arc Médium, de Léon Denis, anotamos alguns dados biográficos deste Espírito, encarnado na França, durante o período da Guerra dos 100 Anos, entre França e Inglaterra.

No momento em que Joana d'Arc vai aparecer na cena da História, a França era um país curvado ao poderio inglês. Não era propriamente um país como hoje é conhecido. Constituía-se de vários feudos.

Joana d’Arc nasceu em 1412, numa aldeia ignorada até então, que se tornaria célebre e célebre faria Domremy. Filha de pobres lavradores, aprendeu a fiar a lã junto com sua mãe e guardava o rebanho de ovelhas. Teve três irmãos e uma irmã. Não aprendeu a ler, nem a escrever, pois cedo o trabalho lhe absorveu as horas.

Como a aldeia era afastada, somente tomou contato com os horrores da guerra, quando as tropas inglesas se aproximaram e toda a família precisou fugir e se esconder.

Aos 12 anos começou a ter visões. A figura que ela divisou, identificou como sendo a do arcanjo São Miguel. As duas mensageiras espirituais que o acompanhavam, como Catarina e Margarida, santas conforme a Igreja que ela frequentava.

Impulsionada pelas supostas vozes, Joana d'Arc acreditava que tinha duas missões. Uma era salvar sua terra, a França, e a outra era libertar a cidade de Orleans e fazer com que o Carlos VII fosse coroado rei. Durante 4 anos ela hesitou e a história de suas visões começou a se espalhar. Ao alvorecer de um dia de inverno, ela se levanta, prepara uma ligeira bagagem, e parte para a sua nobre misão.

Joana d'Arc  foi condenada pela Igreja por prática de feitiçaria. O objetivo era provar que Joana era uma enviada do demônio. Consequentemente, se desmoralizaria o rei Carlos VII. Afinal, que espécie de rei era aquele que se deixara enganar por uma bruxa?

Durante 6 meses ela é submetida a uma verdadeira tortura moral. Os interrogatórios são longos, cansativos. A execução se dá no dia 30 de maio de 1431. Seu cabelo foi raspado. Ela é atada a um poste e a fogueira é acesa. Quando as chamas a envolvem e lhe mordem as carnes, ela exclama: "Sim, minhas vozes eram de Deus! Minhas vozes não me enganaram."

A morte de joana d'Arc era a prova inequívoca da mediunidade que lhe guiara a trajetória terrena. No capítulo XXXI de O livro dos médiuns, vindo a lume no ano de 1861, quando o Codificador reúne Dissertações Espíritas, confere à de Joana D'Arc o número 12, onde ela se dirige aos médiuns, em especial, concitando-os ao exercício do mediunato.

Segundo o Espírito Humberto de Campos, pelo médium Chico Xavier, a última reencarnação de Judas Iscariotes na Terra foi da conhecida heroína francesa Joana d'Arc, queimada nas fogueiras inquisitoriais do século XV, conforme mensagem apresentada no livro Crônicas de Além Túmulo.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/joana-darc

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Depois dos vários dias e das várias perguntas sobre as vozes que ouvia, e com o veredicto de morte pelo fogo, disse: "Viver sem fé é mais terrível que o fogo, mais terrível que morrer jovem. Não tenho mais nada a fazer aqui." (Do filme Joana d'Arc, de 1948)

A Imensidão dos Sentidos (Notas de Livro)

 


A Imensidão dos Sentidos: aprendendo a lidar com a sua mediunidade. Francisco do Espírito Santo Neto, pelo Espírito Hammed, copyright 2000.

O autor espiritual pretende, nesta obra, elucidar os presságios de medo, castigo, repressão, culpa, amargura e doença que são lançados sobre o conceito de mediunidade, sufocando e atemorizando os dotados de percepção extra-sensorial. Em cada capítulo, começa com uma citação de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec. Em seguida, analisa o tema sob diversos aspectos, principalmente o psicológico. 

Definições 

Amadurecimento — significa reconhecer ou aceitar que todos nós temos os dois lados de todas as coisas. Temos atitudes de medo e coragem, de raiva e determinação, de egoísmo e generosidade, de fragilidade e consistência.

Arquétipo — origina-se do grego e quer dizer “o que é impresso desde o início”. Ainda na Antiguidade, passou a significar também as “formas imateriais” ou o “mundo das ideias”, na concepção de Platão.  

Autoconsciência — capacidade de registrar tudo o que está sendo vivenciado.

Compensação — é um mecanismo de ajustamento ou de defesa que leva o indivíduo a desenvolver certas potencialidades para suprir suas supostas deficiências. É um modo prático de purificar estímulos indesejáveis. (Psicologia)

Crenças — são pensamentos ou ideias que aceitamos como verdade e que criam harmonia ou deformidades em nosso veículo fisiológico. 

Criatividade — capacidade de desestruturar uma concepção ou informação conhecida para reestruturá-la de uma maneira nova.

Distúrbio obsessivo-compulsivo DOC — desejo imperioso que cria pensamentos absurdos embaraçosos, os quais se repetem na mente num ciclo insistente e obstinado (definição das ciências psiquiátricas)

Entusiasmo — deriva do grego “enthousiasmos” e que dizer “sopro divino”, ou também “estar repleto de divindade”. Compõem-se do prefico “en” (movimento para dentro) e do vocábulo “theo” (Deus, divindade).

Formas-pensamentos — pensamentos, conceitos e auto-avaliações, positivos ou negativos, são elementos dinâmicos de indução e influenciam no halo mental, formando “realidades energéticas” ou “formas-pensamentos”.

Gênio — do latim “genius, quer dizer talento ou dom natural. Na antiguidade esse conceito era utilizado para designar pessoas habilidosas ou criativas; somente nos dias atuais é que passou a significar uma superinteligência inata.

Hipocrisia — vício de apresentar uma virtude ou um sentimento que não se tem.

Inconsciente coletivo — herança psicológica, um tipo de memória da raça ou da espécie, onde se encontram conteúdos de estrutura psíquica, padrões universais ou arquétipos existentes na intimidade de todos os seres humanos. (Jung)

Percepção — é a compreensão de algo, ou a interpretação do somatório de todas as sensações que estão ocorrendo conosco em dado momento.

Senso crítico — “senso” vem do latim sensus, faculdade de raciocinar. “Crítico” tem origem no grego kritikos, arte de avaliar e apreciar.

Ser translúcido — indivíduo que adquiriu a qualidade de deixar passar a luz espiritual de forma nítida, sem permitir que obstáculos maiores prejudiquem a autenticidade das manifestações transcendentais.

Pensamentos

“Dois excessos: excluir a razão — só admitir a razão.” (Pascal)

“Nenhum homem jamais foi grande sem um toque de inspiração divina.” (Cícero)

“O psiquismo dorme na pedra, sonha na planta, agita-se no animal e desperta no homem.” (Léon Denis)

“É extremamente fácil enganar a si mesmo; pois o homem acredita no que deseja.” (Demóstenes)

“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei.” (Frase inscrita no dólmen construído sobre o túmulo de Allan Kardec cemitério Père-Lachaise, em Paris) [Nesta frase, mudança é a palavra-chave]

“À medida que temos mais luz, mais grandeza e baixeza descobrimos no homem.” (Pascal)

“As pessoas ignorantes não procuram sabedoria. O mal da ignorância está no fato de que aqueles que não são bons nem sábios estão, apesar disso, satisfeitos consigo mesmos. Não desejam aquilo de que não sentem falta.” (Platão)

“O pior uso que se pode fazer da liberdade é abdicar dela.” (Victor Marie Hugo)

“Se alguém pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana a si mesmo. Cada um examine a sua própria conduta, e então terá o que se gloriar por si só e não por referência ao outro.” (Paulo, Gálatas, 6,3)

“O interesse é uma homenagem que o vício presta à virtude.” (O duque de La Rochefoucauld)

Frases

“Nosso propósito é colaborar como todos aqueles que, ao buscarem a “dimensão metafísica” da existência, deixem de lado as posturas rígidas e inflexíveis diante das faculdades psíquicas, encarando-as de modo natural e espontâneo e desatando-as das embalagens preconcebidas”. (pág. 15)

“O Espiritismo possui um antídoto contra essa crença milenar. Suprimiu o personalismo e ensinou-nos a ligação direta da criatura com Deus, dispensando intermediações...” (pág. 18)

“Ao convertermos as criaturas em mito, supervalorizamos os outros e, em virtude disso, desvalorizamos o nosso poder interior”. (pág. 20)

“A incapacidade de dizer “não posso”, “não concordo”, “não sei”, “não quero”, acarreta no ser humano a perda de controle da própria vida.” (pág. 23)

“À medida que a criatura se desenvolve... Seleciona ideias, pensamentos, oscilações psíquicas, como o garimpeiro que separa do cascalho a gema preciosa ou o metal raro”. (pág. 30)

“A conduta invejosa pode nos ser muito útil ou benéfica, se soubermos transformá-la em uma atitude oposta — a admiração”. (pág. 42)

“Acreditamos que as coisas e as pessoas é que nos fazem infelizes, mas isso não é verdade — somos causa e efeito de nós mesmos”. (pág. 47)

“O médium autêntico não copia ninguém. Não se limita a seguir caminhos já percorridos; tem a habilidade de ver as coisas com olhos novos, fazer associações que transcendem o comum”. (pág. 58)

“A faculdade extra-sensorial é um “instrumento da vida”, uma condição natural do desenvolvimento dos seres humanos”. (pág. 63)

“O orgulho é uma forma pela qual interpretamos as pessoas e dos fatos. É um “estado de consciência” em que a insensibilidade predomina”. (pág. 66)

“Um indivíduo em estado de fixação mental nada vê, nada ouve, nada sente ou nada percebe além da pessoa, objeto ou fato a que sua mente cristalizada se prendeu”. (pág. 77)

“Para nos desfazermos da fascinação ou da auto-ilusão seria preciso apenas nos desvencilharmos da escravidão da ideia pressuposta que temos ou desejamos ter acerca de nós mesmos”. (pág. 84)

“Para promovermos mudanças não necessitamos procurar novas paragens, e sim possuir novos olhos”. (pág. 89)

“A mediunidade está intimamente ligada à vocação, aptidão, realização, criatividade, espontaneidade, e desvinculada por completo de qualquer obrigação ou pressão auto-imposta”. (pág. 93)

““Devo desenvolver a mediunidade” equivale a dizer “não quero, mas sou obrigado a desenvolver”. Não somos obrigados a nada!” (pág. 95)

“Existe uma enorme distância entre “estar consciente” das sensações e “querer afastá-las””. (pág. 98)

“Terão verdadeiramente clareza de pensamento aqueles que tratarem as “coisas simples” com merecida importância, e as “coisas importantes” com a devida simplicidade”. (pág. 103)

“Cada pessoa plasma os reflexos de si mesma e, por onde passa, entra em comunhão com a matéria mental alheia, exteriorizando o seu melhor lado, ou mesmo, criando perturbação ou desajustamento”. (pág. 113)

“Por sua vez, não é recomendável utilizar as faculdades psíquicas para explorar “outros mundos”, até que tenhamos o pleno controle do mundo em que estamos vivendo aqui e agora”. (pág. 120)

“Se dissociamos a causa do efeito de nossos atos, enfraquecemos cada vez mais o senso de ligação entre nós e os acontecimentos”. (pág. 127)

“Ao rejeitarmos um sentimento, não quer dizer, de forma alguma, que ele vai desparecer; só o excluímos de nossa identificação consciente”. (pág. 128)

“A “regra de ouro” da Espiritualidade Superior é a compaixão: admitir que outros pensem, ajam e sintam de modo diferente de nós...” (pág. 135)

“Mediunidade é um portal esplêndido que nos abre o entendimento para a realidade transcendental. No entanto, os médiuns não devem nutrir como “obrigação” a salvação dos sofredores do mundo. A única pessoa que podemos “salvar” é a nós mesmos, pois cada um é responsável apenas por si”. (pág. 138)

“O crescimento do ser ocorre por meio de um encadeamento de fatos espontâneos e inerentes à vida humana, enquanto o perfeccionismo é uma aspiração obstinada e torturante”. (pág. 143)

“De nada adianta tentarmos transformar a qualquer preço um “homem faccioso” — parcial, sectário. É-nos impossível alterar as leis naturais; temos, sim, que aprender a respeitá-las, visto que a transformação só acontece quando estamos preparados para mudar”. (pág. 151)

“A reencarnação nos induz a uma recapitulação dos velhos modelos e conceitos, a fim de que nos desvencilhemos das crenças negativas rumo ao ciclos mais evoluídos da existência”. (pág. 153)

“Os indivíduos de sentimentos e pensamentos doentios podem plasmar “estruturas de disformes feições”, que os acompanham aos lugares aonde vão”. (pág. 155)

“Somente depois de muitos anos de estudos, é que médicos, biólogos e psicólogos concluíram que a visão do homem ocorre não nos olhos, mas no cérebro”. (pág. 169)

“Quem tem um “herói” dentro de si tem igualmente um outro lado, um “mártir””. (pág. 181)

“Os gênios, pelos seus naturais questionamentos, foram muitas vezes transportados a uma vida de solidão”. (pág. 186)

“O que atrairá vibrações positivas ou uma “aura de defesa” para todos nós será a sinceridade de nossas intenções”. (pág. 210)


Joanna de Ângelis



De acordo com o livro A Veneranda Joanna de Ângelis, pelos médiuns Celeste Santos e Divaldo Pereira Franco, Joanna de Ângelis teve as seguintes vivências passadas, a saber: Joana de Cusa, uma discípula de Francisco de Assis, Sóror Juana Inés de la Cruz e Joana Angélica de Jesus.

Joana de Cusa. Segundo Humberto de Campos, viveu na época de Jesus, e morreu queimada por ser fiel ao mestre Jesus.

Discípula de Francisco de Assis. Quando Francisco de Assis reorganiza o "Exército de Amor do Rei Galileu", ela se candidata a viver com ele a simplicidade do Evangelho de Jesus.

Sóror Juana Inés de la Cruz. Essa existência deu-se no México. Desde criança dedicou-se às letras. Em dado momento de sua vida, aos 16 anos de idade, entra no convento Carmelitas Descalças. Depois, transferiu-se para ordem de São Jerônimo da Conceição, onde tomou o nome de SÓROR JUANA INÉS DE LA CRUZ.

Joana Angélica de JesusReencarna no Brasil e, aos 21 anos de idade, ingressa no Convento da Lapa, como franciscana, com o nome de SÓROR JOANA ANGÉLICA DE JESUS. Foi assassinada por soldados que lutavam contra a Independência do Brasil.

Joanna na espiritualidade. Na metade do século passado, Joanna de Ângelis integrou a equipe do Espírito de Verdade, para o trabalho de implantação do Cristianismo redivivo, do Consolador prometido por Jesus. No mundo Espiritual, Joanna estagia numa bonita região, próxima da Crosta terrestre.

Mansão do Caminho. Foi um planejamento dos Espíritos de luz, no sentido de ajudar muitos Espíritos enfermos que nasceriam órfãos. Por que Mansão do Caminho? É uma semelhança com a “Casa do Caminho” dos primeiros tempos do cristianismo.

Fonte de Consulta

SANTOS, Celeste e FRANCO, Divaldo Pereira. A Veneranda Joanna de Angelis.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/joanna-de-%C3%A2ngelis

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